FEIRA NO MERCADO
Waldir de Pinho / Maia e Boavista
Banana, coentro, uva, mandioca, quiabo, mamão. Flores, cenoura, laranja e a farinha que a noivinha.
Faz pra limpar a mão.
Beiju, alho, biscoito, cebola, cestas e peneiras. Queijo, andu em caroço, um bom papo que também é uma saliência no pescoço.
Feira em mercado é mistura de gente
Movimento e cultura.
Requeijão de prato, tempero e pequi.
Pimenta, corante, rede, chapéu, fumo de rolo, rapé. Maxixe, umbu e pé de manga, no mercado o galo canta pra anunciar o fim de seus dias.
Maracujá, pinha a gamela, raízes de cura, rapadura, caxi. Goma, coquinho e melancia. Tanto alimento explica por que o Vieira é logo ali.
UM POTE DE OURO
Maia e Boavista
Para um homem de verdade
O certo está certo o errado está errado
E não há por aí outro caminho a seguir
A natureza da vida é o ciclo da floresta
Existirá uma palavra certa no final
Divagando entre tantas visões
A procura de um pote de ouro
Enterrado no além.
PÉ DE JENIPAPO
Tino Gomes e Charles Boavista
No alto daquela serra
Onde a noite engole o dia
Pus seu nome numa pedra
Onde nenhum nome havia
E tem um pé de jenipapo
Onde duas vezes no ano
Eu vou lá pra me alembrar
E fiz um A, e fiz um N, e fiz um G,
E fiz um E, e fiz um L e fiz um A e deixei lá.
ALTARES
Haroldo Lívio, Maia e Boavista
Ó Santo Antônio da Serra, que reinais nos altares da Igreja Matriz de Grão-Mogol, rogai por nós!...
Rogai pelas almas dos garimpeiros, dos capangueiros, dos lapidários, dos joalheiros e dos sonhadores que ambicionavam o cobiçado diamante de 18 quilates, impoluto e sem jaça!
Pelo amor de Deus, não vos esqueçais de alforriar as almas dos escravos que foram mutilados, dos que morreram de maus-tratos, na laboriosa edificação de vosso templo!
Não deixeis que sejam poluídas as virtuosas águas minerais do Itacambiraçu, do Soberbo, do Córrego das Mortes e do Ribeirão do Inferno!
Amém.
DE TREM PRA MONTES CLAROS
Charles Boavista e Faiçal
Essa estrada
Leva e traz dor e alegria
Na primeira caminhada
Da primeira companhia
Vim do sertão
Lá do meio da chapada
Tanto tempo tanta estrada
Tanta curva perigosa
É muito fácil
Todo passarinho voa
Toda mata eu sei que é boa
Quando não tem alçapão
Tem nada não
Caminho é por onde se passa
E mês que vem
Eu vou de trem pra montes claros (bis)
DESENTOADO
Charles Boavista e Tino Gomes
Eu sou fruta do norte
No curral sou boi de corte
Sou água de enxurrada
Pau preto no pé da serra
Hoje choveu no cascalho
Me arrastei na ribanceira
Vim parar nesse lugar
E logo me destoei
Entoei uma cantiga
Já entrei numa briga
A LENDA DO ARCO-ÍRIS
Pedro Boi e Ildeu Braúna
Veja morena que belo arco-íris bebendo água no meio do rio
Chuva estiada festival de cores
Beleza aqui nunca se viu
Oi canoeiro não saia pra pesca
Não enfrente o rio.
Conta a lenda que virou mulher todo Pescador que ele engoliu.
O São Francisco é sua morada
Cabloco d’água foi quem descobriu
Quando eu morrer me enterra numa Cova rasa bem no meio desta mata
Lá na curva deste rio.
PRINCESA JANUÁRIA
Carlos Maia e Charles Boavista
Princesa Januária na beira do rio
Jóia mais bela do Peruaçu
Do Porto do Salgado e do Surubim
Pelo lançar da linhada
Pelo zum da pancada
Um homem pescador
Ferrou um peixe bom
Em Januária o céu é sempre azul
É lua cheia o vento até parece parou
Na praia do São Francisco
Um coração palpitou
Descendo o rio vai um grito de adeus.
BREJO DAS ALMAS
Charles Boavista
Nessa ponta de estrada
Sigo p´ro Brejo das Almas
Hoje é dia de feira
Já passou do meio-dia
Cruzo mais uma porteira
E a pressa de chegar
Solto as rédeas da montada
Que eu quero é voar.
Me adianto na estrada
Deixando o viageiro
Quero ver o burburinho
Que se passa lá na feira
Quero uma água de cheiro
Uma lavanda e um pente
Um remédio para os dentes
Bala doce p´ras crianças
Um vestido pra D’dores
E cigarro de papel
Umas cordas pra viola
E um laço de crua
E pego a estrada antes que escureça
E a cisma cresça na escuridão.
ROMARIA DO SENHOR DO BOM FIM
Zé Vicente e Álvaro Vicente
Eu sou romeiro sim!
Romeiro que ora, romeiro que adora.
Senhor do Bom fim.
Romeiro que anda a procura da paz
Romeiro que crê naquilo que faz
Romeiro que reza com o pé na estrada
Romeiro que sonha com sua chegada
Os romeiros já vão caminhando
Montes Claros ficando pra traz
Caminhando com fé e coragem
Pensando na imagem vai andando mais
Romeiros de todas as idades
A procura da paz do Senhor
Este ano com sol ou com chuva
Minha Bocaiúva me espera que vou
Vou pedir ao Senhor do Bom fim
Que olhe pra mim
Que olhe pra mim.
OLHAR PARA OS OLHOS
DAVI SEABRA
O amor verdadeiro
É o sentimento mais doce da terra
É você desejar o bem
Para quem foi todo o bem da sua vida
É olhar para os olhos
Que enxergam sua alma
E tendo medo abraçar você
Simplesmente, espera passar...
O coração sabe, tudo
Todas as respostas.
A verdade é mais forte
O amor verdadeiro é indestrutível
Penso em você,
Mentalizo energias boas
Todo o carinho do mundo
Envolva seu ser
ESSE GRANDE BRASILEIRO
Téo Azevedo e Carlos Maia
É um grande companheiro
É tão forte a sua luz
É bondoso hospitaleiro
Tem uma flor que lhe irradia
No jardim da poesia
Um quarteto de ouro
Sempre foi um baluarte
Começou esse estandarte
Trabalhando no balcão
Com fé e muita visão
A semente desse homem
É um verdadeiro tesouro
Toda hora qualquer hora
Chama a Minas - Brasil
Dia e noite , noite e dia
É honesto e gentil
Em matéria de farmácia
Seu trabalho vale mil
De um estilo pioneiro
Servindo o norte mineiro
Viva Ivan de Souza Guedes
Esse grande brasileiro