terça-feira, 12 de agosto de 2008

AS CANÇÕES

FEIRA NO MERCADO
Waldir de Pinho / Maia e Boavista

Banana, coentro, uva, mandioca, quiabo, mamão. Flores, cenoura, laranja e a farinha que a noivinha.
Faz pra limpar a mão.

Beiju, alho, biscoito, cebola, cestas e peneiras. Queijo, andu em caroço, um bom papo que também é uma saliência no pescoço.

Feira em mercado é mistura de gente
Movimento e cultura.
Requeijão de prato, tempero e pequi.

Pimenta, corante, rede, chapéu, fumo de rolo, rapé. Maxixe, umbu e pé de manga, no mercado o galo canta pra anunciar o fim de seus dias.

Maracujá, pinha a gamela, raízes de cura, rapadura, caxi. Goma, coquinho e melancia. Tanto alimento explica por que o Vieira é logo ali.


UM POTE DE OURO
Maia e Boavista

Para um homem de verdade
O certo está certo o errado está errado
E não há por aí outro caminho a seguir
A natureza da vida é o ciclo da floresta
Existirá uma palavra certa no final

Divagando entre tantas visões
A procura de um pote de ouro
Enterrado no além.


PÉ DE JENIPAPO
Tino Gomes e Charles Boavista

No alto daquela serra
Onde a noite engole o dia
Pus seu nome numa pedra
Onde nenhum nome havia
E tem um pé de jenipapo
Onde duas vezes no ano
Eu vou lá pra me alembrar

E fiz um A, e fiz um N, e fiz um G,
E fiz um E, e fiz um L e fiz um A e deixei lá.


ALTARES
Haroldo Lívio, Maia e Boavista

Ó Santo Antônio da Serra, que reinais nos altares da Igreja Matriz de Grão-Mogol, rogai por nós!...

Rogai pelas almas dos garimpeiros, dos capangueiros, dos lapidários, dos joalheiros e dos sonhadores que ambicionavam o cobiçado diamante de 18 quilates, impoluto e sem jaça!

Pelo amor de Deus, não vos esqueçais de alforriar as almas dos escravos que foram mutilados, dos que morreram de maus-tratos, na laboriosa edificação de vosso templo!

Não deixeis que sejam poluídas as virtuosas águas minerais do Itacambiraçu, do Soberbo, do Córrego das Mortes e do Ribeirão do Inferno!

Amém.


DE TREM PRA MONTES CLAROS
Charles Boavista e Faiçal

Essa estrada

Leva e traz dor e alegria

Na primeira caminhada

Da primeira companhia



Vim do sertão

Lá do meio da chapada

Tanto tempo tanta estrada

Tanta curva perigosa



É muito fácil

Todo passarinho voa

Toda mata eu sei que é boa

Quando não tem alçapão



Tem nada não

Caminho é por onde se passa

E mês que vem

Eu vou de trem pra montes claros (bis)


DESENTOADO
Charles Boavista e Tino Gomes

Eu sou fruta do norte

No curral sou boi de corte

Sou água de enxurrada

Pau preto no pé da serra

Hoje choveu no cascalho

Me arrastei na ribanceira

Vim parar nesse lugar

E logo me destoei

Entoei uma cantiga

Já entrei numa briga


A LENDA DO ARCO-ÍRIS
Pedro Boi e Ildeu Braúna

Veja morena que belo arco-íris bebendo água no meio do rio

Chuva estiada festival de cores

Beleza aqui nunca se viu

Oi canoeiro não saia pra pesca

Não enfrente o rio.

Conta a lenda que virou mulher todo Pescador que ele engoliu.

O São Francisco é sua morada

Cabloco d’água foi quem descobriu

Quando eu morrer me enterra numa Cova rasa bem no meio desta mata

Lá na curva deste rio.


PRINCESA JANUÁRIA
Carlos Maia e Charles Boavista

Princesa Januária na beira do rio

Jóia mais bela do Peruaçu

Do Porto do Salgado e do Surubim

Pelo lançar da linhada

Pelo zum da pancada

Um homem pescador

Ferrou um peixe bom

Em Januária o céu é sempre azul

É lua cheia o vento até parece parou

Na praia do São Francisco

Um coração palpitou
Descendo o rio vai um grito de adeus.


BREJO DAS ALMAS
Charles Boavista

Nessa ponta de estrada

Sigo p´ro Brejo das Almas

Hoje é dia de feira

Já passou do meio-dia

Cruzo mais uma porteira

E a pressa de chegar

Solto as rédeas da montada

Que eu quero é voar.

Me adianto na estrada

Deixando o viageiro

Quero ver o burburinho

Que se passa lá na feira

Quero uma água de cheiro

Uma lavanda e um pente

Um remédio para os dentes

Bala doce p´ras crianças

Um vestido pra D’dores

E cigarro de papel

Umas cordas pra viola

E um laço de crua

E pego a estrada antes que escureça

E a cisma cresça na escuridão.


ROMARIA DO SENHOR DO BOM FIM
Zé Vicente e Álvaro Vicente

Eu sou romeiro sim!

Romeiro que ora, romeiro que adora.

Senhor do Bom fim.

Romeiro que anda a procura da paz

Romeiro que crê naquilo que faz

Romeiro que reza com o pé na estrada

Romeiro que sonha com sua chegada

Os romeiros já vão caminhando

Montes Claros ficando pra traz

Caminhando com fé e coragem

Pensando na imagem vai andando mais

Romeiros de todas as idades

A procura da paz do Senhor

Este ano com sol ou com chuva

Minha Bocaiúva me espera que vou

Vou pedir ao Senhor do Bom fim

Que olhe pra mim

Que olhe pra mim.


OLHAR PARA OS OLHOS
DAVI SEABRA

O amor verdadeiro

É o sentimento mais doce da terra

É você desejar o bem

Para quem foi todo o bem da sua vida

É olhar para os olhos

Que enxergam sua alma

E tendo medo abraçar você

Simplesmente, espera passar...

O coração sabe, tudo

Todas as respostas.

A verdade é mais forte

O amor verdadeiro é indestrutível

Penso em você,

Mentalizo energias boas

Todo o carinho do mundo

Envolva seu ser


ESSE GRANDE BRASILEIRO
Téo Azevedo e Carlos Maia

É um grande companheiro

É tão forte a sua luz

É bondoso hospitaleiro

Tem uma flor que lhe irradia

No jardim da poesia

Um quarteto de ouro

Sempre foi um baluarte

Começou esse estandarte

Trabalhando no balcão

Com fé e muita visão

A semente desse homem

É um verdadeiro tesouro

Toda hora qualquer hora

Chama a Minas - Brasil

Dia e noite , noite e dia

É honesto e gentil

Em matéria de farmácia

Seu trabalho vale mil

De um estilo pioneiro

Servindo o norte mineiro

Viva Ivan de Souza Guedes

Esse grande brasileiro